Perspectivas agrícolas OCDE-FAO 2019-2028 – Leite e produtos lácteos

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31 de julho de 2019
FAO – Tradução livre: Terra Viva

Comércio/FAO – Cerca de 8% da produção mundial de leite é negociada no mercado internacional. Esse baixo percentual é explicado antes de tudo, pela natureza perecível do leite e elevado teor de água (mais de 85%). Apesar disso, nos últimos anos, a China aumentou consideravelmente suas importações de leite procedentes da União Europeia (UE) e da Nova Zelândia.



Mais de 40% da produção mundial de leite em pó integral e desnatado são negociadas nesses mercados. E, a secagem do leite é frequentemente utilizada para armazenar e produto e poder negociá-lo por longos períodos.

Os quatro principais países exportadores de produtos lácteos no período de referência serão a Nova Zelândia, UE, Estados Unidos da América (EUA) e Austrália. Juntos, serão responsáveis por 75% das exportações de queijo, 78% de leite em pó integral, 79% de manteiga e 81% de leite em pó desnatado.

A Argentina é também um importante exportador de leite em pó integral; ela deverá ser responsável por 5% das exportações mundiais em 2028. Nos últimos anos a Bielorrússia vem se destacando como um ator de destaque nas exportações, particularmente para o mercado russo.

A Nova Zelândia continuará sendo a maior fornecedora internacional de manteiga e leite em pó integral, com 39% e 53%, respectivamente, de participação no mercado até 2028. Levando em conta que a China, que é um grande importador de leite em pó integral, reduziu suas compras de forma espetacular, a Nova Zelândia deverá ter menor crescimento de sua produção, 0,3% ao ano nos próximos dez anos, contra 6,9% nos dez anos precedentes. A Nova Zelândia, também deverá diversificar e aumentar ligeiramente sua produção de queijo no período considerado.

A UE continuará sendo o maior exportador mundial de queijo, seguida pelos EUA e Nova Zelândia. A UE produzirá 48% do queijo consumido no mundo em 2028. Esse desempenho será sustentado pelo aumento das exportações para o Canadá, dentro do acordo de livre comércio com a UE, e para o Japão, principalmente depois da assinatura do acordo comercial de 2019.

As importações de produtos lácteos serão mais repartidas entre os países, mas, os principais destinos serão o Oriente Médio, O Norte da África, os países desenvolvidos, Sudeste da Ásia, e China.

O Oriente Médio e o Norte da África serão abastecidas, preferencialmente, pela UE, enquanto que os EUA e a Oceania serão os principais fornecedores do leite em pó para o Sudeste da Ásia.

A China deverá continuar sendo o maior importador de produtos lácteos, particularmente de leite em pó integral, com abastecimento oriundo dos países da Oceania. Nos últimos anos, no entanto, ela deverá aumentar suas compras de leite em pó desnatado e manteiga da UE. A China importa também muito leite fresco: suas importações líquidas chegarão 0,7 milhões de toneladas no período de referência, aumentando 2,7% ao ano nos próximo dez anos.

Os países desenvolvidos importam um volume importante de queijo e manteiga: cerca de 55% e 39%, respectivamente, das importações mundiais em 2016-2018. Esses percentuais deverão ser idênticos em 2028. O Reino Unido, a Rússia, o Japão, a UE e a China deverão ser os cinco principais importadores de queijo em 2028. A classificação poderá mudar, mas, os principais países importadores de queijo serão países desenvolvidos. Como, frequentemente, também são exportadores, a participação no comércio resultará em maior escolha para o consumidor.